Em tom de despedida, relembro aqueles minutos em que larguei o trabalho para te foder. Isso mesmo, foder. Foder, sem conversas sequer. Só pelo prazer de te sentir. De me sentir preencher pela tua vontade em me devorar. Porque no fim de contas, só fodemos. Descemos as escadas em direcção ao canto que nos iria abrigar. Encontrámo-nos rodeados de paredes e uma pequena porta que nos fazia invisíveis ao espaço em redor. O teu olhar safado e guloso; As minhas roupas meias despidas; Mãos que esfregam e apertam o corpo; Beijos por entre arfares ofegantes e engolidos. Circundados de passos apressados, o silêncio é uma prioridade. Impede-me de te ouvir. Priva-me dos arrepios provocados por palavras e desejos. Tenho que me manter em pé, enquanto te vejo ajoelhar por entre as minhas pernas já abertas. Não precisas articular um único som para eu ter a certeza de que vou engolir um orgasmo. De olhos fixos nos meus, lambes o meu clitóris. Recolhes nos teus lábios o início do meu escorrer, libertado por beijos devorados. Invadida por dedos que afundam em mim, instantaneamente húmidos de Luxúria. Uma língua que circula e suga por breves instantes. Não páras de olhar para mim. Decoras expressões. Agarras contorções e tremores involuntários e donos de um prazer que comandas. Recolhes em ti gemidos que não posso soltar. Seguras-me quando me roço ainda e cada vez mais em ti. Precipita-se o orgasmo rapidamente. Com uma mestria confiante espelhada no olhar, não me deixas fraquejar das pernas. Envolves-me e procuras-me de novo a boca, mergulhando na minha língua húmida e quente, com um sabor íntimo que te põe doido.
Deixas-me recuperar o fôlego e as forças, mas já estou eu no comando do teu desejo. Percorro toda a tua vontade com as mãos e observo o teu desatino. Também tu sabes o que te vou fazer. A intensa intimidade que existe entre dois corpos sôfregos; entre duas mentes que se compreendem. Procuro-te o prazer apontado à minha boca que envolvo por lábios vermelhos e inchados. Sugo e faço-te crescer. Abrando para te olhar desconcertado, com olhos ou cerrados ou intensos e quentes. Fazes-me recomeçar. Queres que a minha língua te rodeie. Ficas húmido por entre gotas que se perdem e que eu saboreio...
Com o corpo encostado à parede, empino-me, tal a urgência em querer que me fodas. Afinal sempre me vais foder. Perdido no desejo, enches-me por dentro. Apressado, encostas-te repetidamente a mim. Preenchida, movimento-me na tua direcção. Enterras-te forte em mim, até me sentires apertar-te de prazer. Juntos, exortamos o desejo engolido. Por entre roupas vestidas e beijos rápidos, seguimos caminhos opostos no corredor, e mergulhamos no que deixámos à instantes na secretária...
