"Depois do festim gastronómico e consumista do Natal, chega o banquete das resoluções de ano novo. A semana que vive de permeio entre os presentes e a esperança de um ano melhor está impregnada de desejos e vontades várias. Dormir mais horas, ler mais livros, comer melhor, tudo se quer pelo bem, pelo bom e, de preferência, pelo óptimo. E o sexo? Quantos de nós aspiramos, conscientemente, a ter mais e prazeroso sexo no ano que espreita?
Muito poucos, estou certa. E não o fazemos porque, por um lado, estando em parelha, damos a coisa por garantida. Por outro lado, não havendo companhia, contentamo-nos com o que a vida, na sua infinita bondade, possa trazer. E assim andamos, muito ocupadinhos, empenhados em sermos pessoas mais activas, mais espectaculares mas pouco fodilhonas. Ambicionamos o Santo Graal da vida moderna mas obliteramos o segredo da "vida eterna". Procuramos morrer velhos mas ignoramos a alegria e o prazer da petite mort. Exercitamos o corpo, esculpimos abdominais e glúteos mas desatendemos piça e pipi. Ou seja, não só não pretendemos ser mais e melhores fodilhões como tencionamos mesmo continuar a olhar para o lado.
E dizem vocês: olha-me esta porca armada em moderna! E eu respondo: modernos são vocês, que acham que podem ignorar o sexo e relegá-lo para as calendas gregas. São modernos e devem saber coisas que eu desconheço. Devem saber, por exemplo, como continuar a ter tusa pela vida, pelo parceiro, pelo mundo em geral. Porque não há nada que nos diga tanto "estou vivo, caralho!", que uma boa e prazerosa foda. E dizem vocês, outra vez: olha-me esta porca, a achar que todos têm parelha. E eu respondo: modernos são vocês, que ainda não descobriram a masturbação. A sexualidade não se esgota no sexo com o outro. E se não sabem do que falo, peguem na lista de afazeres para o ano que vem e marquem, logo no feriado inicial, uma exploração simpática pelo vosso corpo. Se é a mesma coisa que ter parceiro? Não, mas é igualmente bom. Ou, pelo menos, é uma visita que vale a pena fazer. Muitas vezes.
Seja qual for o enquadramento, o tipo de parelha, a líbido e vontade de cada um, o que importa é não esquecer que o sexo salva. Salva-nos de tensões, de irritações e de neurastenias várias. Indignemo-nos menos, fodamos mais. Chateemo-nos menos, fodamos mais. A foda tem esta capacidade extraordinária de nos colocar em sintonia com o mundo, mais próximos de quem estamos próximos e mais longe de quem não queremos na cercania. Antes de sermos engolidos pela espuma dos dias, fodamos. Ou façamos amor. Ou como melhor nos aprouver. Mas fodamos!"
P.S. Não fui eu que escrevi, mas podia bem ter sido. Concordo em absoluto! E achei que o devia partilhar com vocês.
Fodamos em 2015!
Desejo-vos um Ano Novo recheado de Orgasmos!!
Bem-Hajam!