segunda-feira, 29 de julho de 2013

Castig(ArTe)...




O corpo é a recriação perfeita de uma bandeja. Serve perfeitamente para enganar os mais distraídos. Para forjar intentos. Há quem passe pelo corpo sem nunca passar pela vida. E neste percurso se arquitectam castigos. Punições de algo. Por algo. Como consequência de algo. Onde o castigado mal vai conseguir entender a valência de tal acto. A felicidade pode estar na capacidade em compreender que o castigo surge somente como consequência de algo que valia todos os castigos sofridos. Não é fácil. Eu não disse que o era. Mas auto-flagelar-se depois de sofrer por um castigo, é mais difícil. Se foi muito bom, então vai haver castigo. 
E se foi... Então aconteceu. Passou. Já era. A corda partiu-se. Ambicionar esticar uma corda que já está partida, torna-se a maior das seguranças. Porque o pior já passou. Já aconteceu. Haverá melhor sentido de liberdade ou independência do que esta? É um salto vertiginoso sem rede. Sem ambição. E se só se espera o nada, estamos prontos para receber o tudo! Quando já perdeste tudo o que tinhas a perder: és invencível! Porque há dois tipos de invencíveis: os que ganham sempre; e os que perdem sempre. Aquilo que hoje te parece como uma derrota, não é mais que uma curvatura, apertada certamente. Uma pedra no sapato que te faz perder o foco.



quarta-feira, 24 de julho de 2013

Gosto...



É difícil dizer-Te não... 
Pela certeza de que vai ser bom. 
Muito bom. 
Se não é para ser bom, então não me dispo em segundos. 
Por mim só me encontrava contigo nua.
Já conhecemos os caminhos. 
Instintivamente saboreamos o prazer na pele um do outro. 
Permanecem sempre atalhos por percorrer. 
Explorações reproduzidas onde atalhamos vontades cobertas de exalações. 
Entre um minuto e outro se descobre um gemido. 
Entre um desejo e outro se consegue parar o relógio.
 
Gosto que Me domines... 
Porque sei que Te dá prazer. 
E gosto. 
Gosto de Te sentir a controlar. 
A controlar-Me. 
Porque Te quero foder. 
Porque Me queres foder.
 

- Beija-me até eu esquecer.
- Fode-me até eu esquecer.
- Esquecer o quê?
- O nada.

 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Bosque...




Estava escolhida a noite.
Estava escolhida a actividade.
Foram os nós os culpados...
Dos nós passámos à lingerie.
Gostas de preto, disseste-me. Fiz-te a vontade. Também fizeste a minha...
Brindados por pirilampos que fizeram brilhar a nossa noite fresca, descobrimo-nos abraçados e deitados por entre a erva.
 
Se é pra acontecer, pois que seja agora!
O que tem de ser, tem muita força.
 
Dispus-me a envolver-Te a vontade com a minha língua, de gulosa que sou.
Ouvir-Te gemer enquanto traçava círculos de prazer em Ti com a minha língua pecaminosa, fez-me sorrir e querer torturar-Te ainda mais de desejo. 
"Ainda gosto mais de ti!"
Gemidos que verbalizavas cada vez mais alto. Gemidos que me fizeram aumentar a intensidade. Gemidos que me tornaram mais húmida, para onde Te encaminhaste e Te escondeste por alguns momentos.

O Teu carinho fatia-me em pedaços de prazer....