quinta-feira, 30 de maio de 2013

Eu.... (3)




Porque é que estamos todos sempre à espera de escutar um "Amo-te"?
De onde nos surge esta necessidade extrema de afecto?

Não seremos nós seres auto-suficientes? Podemos cuidar de nós, manter-nos, sustentar-nos, vivermos... mas a necessidade palpitante de afirmação junto do semelhante insurge-se no nosso dia-a-dia. É o motor deste nosso veículo chamado corpo, onde a mente constitui as rodas que giram em busca de uma palmadinha nas costas, um busca de um sorriso, de um beijo, de uma carícia, de um afago que será sempre insuficiente. Sempre fugaz. Sempre momentâneo. Sempre instantâneo. Sempre efémero. Porque é que nunca chega? Porque somos irremediavelmente enleados nesta teia sem fim? Somos presas do nosso desejo, somos predadores nesta busca, nesta demanda do Santo Graal. Perdemo-nos em camas alheias, em carros perdidos no mato, em escadas auspiciosas de tesões prementes, em praias vazias... em tantos lugares que satisfazem a gula, mas descontrolam a avareza numa vingança sem fim, num pecado constante com o nosso próprio Eu. No fundo agimos contra nós. Ébrios de um alcoolismo de uma vida, castigamo-nos numa oratória que se prolonga por dezenas de anos...
 
Porque o prazer supremo, o sentir que estamos completos, o encarar a nossa felicidade, nunca é atingido. A verdade é que somos felizes quando não estamos tristes. Mas nesses intervalos de felicidade que tantas vezes enchem o nosso dia, fazemos questão de regressar ao passado para recordar uma qualquer situação que nos cria saudade, como se ali residisse a cereja no topo do bolo. Ou fazemos questão de imaginar o futuro, e ambicionar sempre algo que será melhor do que o agora. Mas afinal o agora chega! Porque não estamos tristes, porque acabámos de sorrir, porque nos sentimos bem! Mas não nos quedamos a saborear o agora, fugimos sim para o ontem ou o amanhã. O agora desaparece, e o momento de felicidade evapora-se... Precipitando-nos novamente na demanda ilusória de que nos falta algo.
 
Quando somos crianças instigam-nos a estudar para podermos trabalhar e ser gente. Quando nos tornamos adultos, não é a trabalhar que somos gente. É quando alguém nos sorri, nos cumprimenta, nos ouve, nos observa, que passamos a ser gente. Gente aos olhos dos outros. E não gente para nós. Até na nossa busca somos infelizes...
 
Onde está o Agora que nos faz sentir bem? Consegues prendê-LO?...


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Anéis....





Anéis que te identificam...
Anéis que te comprometem...
Anéis que te remetem ao auge do sentir.
 
Anéis que envolvo em mim, que revolvo com a mestria de uma língua que te conhece. Que te descobre o sentir, que te aguça a erecção, que te palpita o pensamento. Anéis que percorro como um caminho rotineiro onde reconheço sulcos e vales. Anéis que eu vandalizo. Anéis que se acirram ao saborear um sopro quente de promessas que se avizinham. Anéis exaltados pela humidade da minha boca. Anéis entumescidos de prazer que recolho em mim, lambendo prazeres pingados. Anéis que compõem a espiral onde me lambuzo. Anéis que são a partitura que dedilho com fervor...

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Danças....




Principiam as noites quentes...
Os corpos suados...
As noites de folia...

Inebriada na dança e nos sons, 
encontro-me envolvida em línguas abraçadas, 
mãos escondidas, 
abraços velados, 
desejos sussurrados.

Onde tudo começou e acabou num molhado.... Kiss!

"You don't have to be beautiful, to turn me on.
I just need you boby baby, from dusk 'til dawn.
You don't need experience, to turn me out.
Just leave it all up to me.
I'm gonna show you what it's all about.
You don't have to be rich, to be my girl.
You don't have to be cool, to rule my world.
Ain't no particular sign I'm more compatible with.
I just want your extra time and your.... kiss!

(...)

I want to be your fantasy, maybe, you could be mine.
Ain't no particular sign I'm more compatible with.
I just want your extra time and your.... kiss! Yes!"



sexta-feira, 24 de maio de 2013

Obscuridades...




Há dias em que consigo afogar o coração e racionalizar bem acções e acontecimentos... 
Hoje foi um dia assim. São dias em que sorrio ainda mais!

Mas agora desejo que me afogues em ti, que me tomes tua, que me vandalizes o sentir e me deturpes o pensamento. Anseio por me sentir presa, enclausurada, retida em desejos de alma, vendada para um mundo que não evolui. Porque a tua pele transporta um viver à minha pele. Electriza distâncias que de pequenas se tornam gigantes de transpôr. Une vontades engolidas no fervor da paixão. Deixa que a tua pele comunique através da minha, liberta esse ímpeto teu em me consumires, subjuga a tua vontade à minha, fecha os olhos comigo...


segunda-feira, 20 de maio de 2013

exPloração...





Avisaste-me que estavas a chegar...
Alertaste-me que estavas perto!
A ansiedade controlava-me a respiração.
A pele arrepiava-se na antecipação da surpresa.
A voz vibrava promessas na alma.
 
Sei que gostas de saias, aprecias a facilidade no acesso a recantos guardados. Se tiver que escolher como te desejo, alterno indecisa entre uma barba de 3 dias, crescidinha, porque anseio mordê-la, percorrer toda a linha do teu maxilar com mordidas leves e beijos húmidos; ou de barba feita, de pele lisa, porque gosto do deslizar da tua pele nas minhas coxas...

Mas desta vez vou esmerar-me! Vou-te fazer sentir coisas novas. Vou superar os teus sentidos! Quero elevar o teu êxtase, quero erguer o teu desejo bem alto. Espelhar nos teus olhos a minha vontade, sentir na tua pele o fumegar da minha, alimentar a tua safadeza com a minha...
Da última vez que me visitaste de madrugada presenteaste a minha gulodice com um festim erguido que ainda hoje lambo os lábios de gula. Lambeste-me afincadamente e expressaste vontades que correspondi com deleite; dedilhaste-me até ecoarem os meus gritos. Hoje almejo por te ouvir implorar. Sentir a tua pele implorar pelas minhas mãos, reconhecer em ti a tesão pelo meu lábio travesso, fazer-te sorrir na antecipação do trespasse da minha língua, fazer-te implorar pela minha boca a engolir-te.

Talvez te amarre as mãos e liberte toda a minha sem envergonhice em ti; agrada-me olhar-te indefeso, amarrado, à mercê da minha Luxúria. Talvez te vende esses olhos escuros safados que reagem ao vislumbre do meu decote; deleito-me numa tortura minorizada por múrmurios de calmia onde atenuo a tua excitação. Argumentos proferidos em surdina confinam o teu corpo ao mais irrequieto estremecer. Espremo pérolas de prazer líquido que lambo enternecida e ávida de saudade. Vislumbro o teu descontrolo por entre os meus dedos, mordo o lábio trespassada de volúpia resguardada na obscuridade do teu olhar, encaminho-me decidida para o desenlace final...

... e encaixo-me em Ti! Espero que não tenhas hora para sair...

domingo, 19 de maio de 2013

Obrigação...



Amor e Ódio estão intimamente ligados.
Por isso, se me odeias, se me tens raiva, então já me Amaste
E isso basta-me...


Quando o Santo silenciosamente profere e ordena...
A Fiél devota cumpre...

... E seja feita a vontade dEle!

(até serem proferidos novos desejos)

sábado, 18 de maio de 2013

Crónica de uma morte anunciada....




Era mais que sabido que este era um caso morto.
De tão delicioso e inebriante, estava condenado ao fatal destino do fracasso.
Incompatibilidades, dirás tu. Demasiada afinidade, respondo eu.
Entrámos num quarto de onde foi penoso sair. Entrámos num quarto que nos envolveu, que nos amou, que nos mostrou sentires desconhecidos, afagares reconhecíveis, vontades iguais.
Fomos arrebatadoramente enleados por comandos de pele, pelas nossas vozes sussurradas, por desejos retratados, por gemidos abafados pelo terror da descoberta... Foram partilhas malvadas que o hoje não deixa esquecer o ontem... Foi uma intensidade exacerbada pela própria fatalidade, um querer viver tudo rapidamente. Geraram-se atropelos, conflitos, desesperos, medos, impotências... Mas o irremediável desfecho previsto concretizou-se, e fracassou!
Foi o recusar permanente do que não devia ser vivido, para depois fatalmente nos depararmos com a constatação da sintonia de dois corpos. É raro descobrir uma correspondência, uma química, uma ligação transcendente que eleva a relação a um nível ainda maior de sensações... Até que somos rasteirados pela inevitabilidade do fracasso já proclamado por tantas vozes em praça pública. Somos levados a sair do quarto e a trancar a porta... Até que consigamos mudar a audiência? Ou para sempre? É egoísmo almejar uma conexão forte? É amor seguir em frente, tatuando o quarto na memória da pele?
 
E em caso de aviso, teríamos feito de maneira diferente? Gosto de pensar que não. Foi bom descobrir-te...


(apesar da tua renúncia)

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pele...

Hoje lembrei-me de ti...




Estava stressada, precisava ouvir uma voz amiga, que me fizesse rir. E invariavelmente, a nossa conversa foi até àquela noite! Aquela noite em que fodemos como amigos, como amantes, como companheiros. Ainda hoje nos rimos do assunto, ainda hoje te lembras do meu vestido beje, comprido até aos pés, repleto de rosas vermelhas gigantes... Até eu me lembro. Foi bom... Foi um impulso...
Foste buscar-me para irmos assistir a um concerto qualquer de um programa de televisão e depois, bom depois... deixámo-nos levar pelo pecado, pela Luxúria, pelo prazer, pelo desejo. Sempre brincámos muito, sempre nos provocámos muito, mas fazia parte da nossa amizade. Tu és maluco da cabeça, e eu não sou melhor, confesso!
Levaste-me para perto do rio, sentaste-me no teu colo, fizeste-me sentir presa predada e encurralada na tua vontade. Foste subindo o vestido comprido, lentamente, acariciando a minha pele. Provocaste-me com beijos, um trilho de beijos da orelha à base do pescoço; provocaste-me lambendo e trincando os meus lábios, fizeste subir a temperatura da minha pele, incendiaste-me a loucura e o desejo. E eu correspondi, sim sou culpada! Em minutos senti-me húmida e os teus dedos fizeram questão de aumentar o caudal do rio que corria das minhas entranhas. O volante não deixava de ser o entrave principal numa movimentação limitada de dois corpos nesse teu carro comercial onde até me mostraste algumas acrobacias... Esses dedos que me exploraram lenta e sabidamente, numa vontade louca e denunciada que tinhas em me sentir. Anos, já tinham passado alguns anos que nos conhecíamos, e naquela noite pude surpreender-me com tanto desejo guardado em ti. E não descansei enquanto não to gastei! Sentada no teu colo fiz-me valer das pernas e das ancas para te ouvir gemer e pedir mais... em uníssono, numa unicidade de corpos cúmplices, nos percorremos, nos explorámos, nos sentimos, nos conduzimos ao prazer máximo... esse orgasmo gemido em conjunto, acompanhado pela batida de espasmos controlados e ritmados! E hoje disseste-me que te recordas muito bem da minha pele, não esqueces o vestido, os beijos, a vontade, mas a pele, a minha pele ficou gravada na tua memória; a minha pele e o seu aroma não te deixa esquecer uma loucura perdida!

Com ou sem orgasmo conjunto, agradeço-te o Amigo que és!
Estás longe, mas se quiser consigo sentir-te perto. Sempre me defendeste de punhos cerrados, perante tudo e todos. Vales Ouro! Gosto de ti! 

E ainda guardo o vestido...

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Mais...




Fiquei com vontade de beijá-lo...
Fiquei com vontade de o beijar mais vezes...
Não no primeiro instante, mas depois... Sim, depois quis beijá-lo mais vezes...
Durante a tarde que se seguiu tantas foram as vezes que passei a língua pelos lábios, numa tentativa de voltar a sentir... o beijo... ainda não consigo compreender o porquê, mas fiquei com vontade de o voltar a beijar, de descobrir o pós-beijo, de conhecer o que aquela língua se propõe a tactear, a procurar, a encontrar...

Olhei tantas vezes para a minha mão direita com vontade de lhe pedir que a agarrasse e lhe fizesse festas. Sou capaz de estar horas de mão esticada, com todos os meus sentidos alerta, a receber mimo, a receber carinho e festas na mão, a sentir os cabelos eriçarem-se na nuca... tive vontade de lhe pedir, mas pensei que ainda não era a hora certa...

Quero convidá-lo para jantar... Será que aceita? Será que arrisca?
Num ambiente diferente, longe do trabalho, longe de horários a cumprir...
Conhecê-lo mais, conhecê-lo num tempo diferente, sem pressas...

Quero mais um beijo!

sábado, 11 de maio de 2013

Utopia....


Eu só posso estar a sonhar...





Acorda-me! Belisca-me! Transporta-me deste sonho bom para 
uma realidade cruel que eu sei que existe... 
Estou a sonhar não estou? Só pode ser... Tu não existes, tu 
não me Amas assim, tu não me queres, tu não me desejas daqui 
até ao fim do mundo...


Queria poder viver-te intensamente, por completo, saborear 
cada momento a teu lado. Queria encurtar o hiato que nos 
separa. Queria que todo o tempo que nos amamos seja o tempo 
em que estamos vivos! 
Porque já não há tempo... Gastámos anos separados, gastámo-nos 
com outros, desgastámo-nos em prazeres saboreados pela 
metade. E agora que tentamos recolher nas mãos este Amor, não 
há tempo. Não há tempo! Não há como fazer isto acontecer!


Sinto que o tempo agora é medido em suspiros, em medos, 
em tremores, em anseios do que podia ser mas não é, em 
terrores de não conseguir viver o sonho materializado em 
TI que me caiu aos pés. Debruço-me para te agarrar e foges-me 
a cada segundo... Sinto que te deixo fugir por entre os dedos, 
que não tenho forma de te agarrar e prender-TE a mim...


Quero que nem os minutos em que não podemos estar juntos nos 
separem os corações. Quero que nem os minutos que passo nos 
teus braços se esqueçam deste sonho que trouxeste para mim. 
Quero medir este Amor em partilhas, em suspiros, em gemidos
... Quero poder ter-te quando me dizem que não é certo. 
Quero poder sentir-me preenchida por Ti todos os segundos, 
quero fartar-me de sentir o teu perfume, de ouvir a tua voz, 
de sentir o teu abraço, de te saborear... Sem nunca me fartar!


Continuo sempre a achar que é bom demais para ser verdade. 
Estou a sonhar não estou?

Fazes-me sentir especial, fazes-me sentir louvada, 
fazes-me sentir amada. 
Fazes-me sentir que temos algo de imbatível dentro de nós. 
E se sinto tudo isto, como é que pode ser um sonho? 
És um sonho?


Alguém disse: "Sonhar é para os fracos. Os fortes preferem realizar."
Então se não estou a sonhar, vou realizar!


Será que sou forte para realizar este Amor conTIgo?

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Relaxa...




Depois de te banhar a alma, de te esfregar o corpo com um perfume paradisíaco, deixo que te deites na cama desfeita que abandonámos...

Preparo-me para te fazer relaxar.
Das minhas mãos que adoras, encaminho-te a entrar num outro mundo, um outro universo, onde só exploro as tuas sensações, onde só me dedico aos teus músculos.
Uma massagem... Que dizes?
Um prazer que descobri à pouco tempo, ao qual me dedico sempre que posso, e que ofereço a quem padece de uma dor.
Mas a oferenda que te faço, o prazer com que te oferto agora, é relaxante sim, mas é mais... muito mais! Preparo a tua pele, peço-te para fechares os olhos e respirares fundo, concentra-te em algo sereno... Espalho o creme que sentes frio na pele, e com as minhas mãos te aqueço. Esfrego e entranho o creme que levemente se mistura com as nossas essências, minha e tua, tua e minha.
Sentada sobre as tuas nádegas uso o peso do corpo para te relaxar os músculos, liberto a tensão que insistes em acumular durante o dia, para a transformar em tesão! Sim, porque tenciono gastar-te essa tesão a seguir...
Desfaço os nós que te alucinam de dor nos ombros, nas costas, num corpo dorido que a minha mestria vai deixando leve. Temos os corpos nus, untados, que se esfregam numa insinuação deliberada de entranhar o creme na pele, que se dispõem a saborear prazeres descontraídos e leves...

Já te sentes melhor?

segunda-feira, 6 de maio de 2013



O batom vermelho que uso nos lábios todos os dias, 
relembra-me como eles ficam quando me beijas ávido de mim...

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Guia-me...

Caramba, quero senti-LO!!






Apoderou-se de mim esta ideia, inseminou-me a mente, cravou-se no espírito e agora terá que ser irremediavelmente vivida. Quando sinto a cabeça dele entre as minhas coxas, soprando levemente sobre a pele aquecida, sugando o meu sabor com uns lábios decididos a fazerem-me implorar por mais, insinuo-me descontrolada e invadida de uma Luxúria desmedida. Quero que me desvende os segredos que restam, que rebente a rolha da garrafa de champanhe quando comemoramos. Uma celebração de Amor, que se traduz em línguas de prazer, em mãos de desejo, em corpos inebriados por se sentirem uma, duas, três vezes...
Levanto a anca numa insinuação lânguida de quem se lança no abismo de um deserto árido. Ele presenteia-me com um oásis bocal, apartando as minha nádegas, lambendo segredos guardados. Viajo para longe e disponho-me a senti-LO dentro de mim. Habilmente, ele lubrifica-me a estrada que decidimos percorrer juntos, de mãos dadas. Respiro fundo e relaxo, ouço a sua voz rouca de comando e entrego-me na sabedoria dele...
Com uma ternura desconhecida para mim, Ele esmerou-se em cuidados, beijou-me, sossegou-me, afagou as minhas nádegas, acariciou-me a pele arrepiada, acalmou-me o corpo trémulo, traçou um trilho de carinho pelas minhas costas. Foi... avassalador o que senti a seguir, foi inebriante e mágico, foi poderoso e intenso, foi... Prazer!!