segunda-feira, 29 de julho de 2013

Castig(ArTe)...




O corpo é a recriação perfeita de uma bandeja. Serve perfeitamente para enganar os mais distraídos. Para forjar intentos. Há quem passe pelo corpo sem nunca passar pela vida. E neste percurso se arquitectam castigos. Punições de algo. Por algo. Como consequência de algo. Onde o castigado mal vai conseguir entender a valência de tal acto. A felicidade pode estar na capacidade em compreender que o castigo surge somente como consequência de algo que valia todos os castigos sofridos. Não é fácil. Eu não disse que o era. Mas auto-flagelar-se depois de sofrer por um castigo, é mais difícil. Se foi muito bom, então vai haver castigo. 
E se foi... Então aconteceu. Passou. Já era. A corda partiu-se. Ambicionar esticar uma corda que já está partida, torna-se a maior das seguranças. Porque o pior já passou. Já aconteceu. Haverá melhor sentido de liberdade ou independência do que esta? É um salto vertiginoso sem rede. Sem ambição. E se só se espera o nada, estamos prontos para receber o tudo! Quando já perdeste tudo o que tinhas a perder: és invencível! Porque há dois tipos de invencíveis: os que ganham sempre; e os que perdem sempre. Aquilo que hoje te parece como uma derrota, não é mais que uma curvatura, apertada certamente. Uma pedra no sapato que te faz perder o foco.



6 comentários:

  1. Talvez seja por ter sido muitas vezes castigada pela vida que hoje vivo o prazer de Dar, sem esperar receber nada em troca. Assim, não espero retribuição e não sofro com a desilusão. Aceito sempre surpreendida e agradecida o que a vida me retribui, mas sinto-me plena apenas pelo facto de Dar aquilo que sinto vontade.
    E às vezes, apenas às vezes, recebo coisas boas.
    E tu também Eva! Porque mereces :)

    Beijooooo *Estrela*do* em ti

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    1. Concordo contigo, Estrela brilhante :)
      Mas neste meu discurso não sou eu a castigadora. Agora, aquele(a) que primeiro se liberta do par, sofre castigos (ou penalizações, ou "pedras no sapato"...) porque uma das partes não esquece. É duro mas na sua generalidade é assim. E ainda por cima, o(a) castigador(a) sente prazer sobre o(a) castigado(a)...
      A questão passa por estarmos preparados para viver esse "castigo" :)

      Merecemos porque gostamos de Dar!

      Beijosssss gigantes em ti ;)

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  2. Estou um pouco como a Estrela :) nem sempre a vida nos traz coisas boas. Dou quando me apetece e quando tenho vontade e se do outra lado nada vier, é porque as coisas não tinham mesmo que ser :)


    Beijoca enorme :)

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    1. Se não há reciprocidade, perde-se a vontade de dar naturalmente Vício :)
      Aqui não é relevante quem aplica o castigo, mas, mesmo sem o admitir, tira prazer nisso. Cabe à outra parte gerir o que virá. Quanto melhor fôr, maior será o "castigo"...

      E há um certo desejo e prazer escondidos em tentar reviver algo, ou esticar uma corda partida como lhe chamei, porque aí sim, já nada há a perder. É só receber!

      Beijooooos enormes ;)

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  3. Li duas vezes, para entender o melhor possível.
    Nada como olhar sempre para a frente, olhar para trás faz por vezes doer o pescoço, a não ser em raras excepções.. ;-)

    Beijo**
    TouOlharParaTi

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    1. Leste duas vezes e fizeste bem :)
      Porque a apreciação que fizeste é bem verdadeira... olhar para trás afinal até pode ser bom!

      Beijos luxuriosos a Olhar-Te ;)

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